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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

E QUANDO O DESAFORTUNADO É ORGULHOSO?

"Já havia passado 5 anos desde que aquele mendigo aparecera em frente à loja de Petráquio. Todos os dias, ao abrir as portas do seu comércio Petráquio observava a situação daquele ser sem semblante, sem objetivos, sem vida. Algumas vezes surpreendeu-se ao ver transeuntes sendo ignorados pelo fétido mendigo, quando estes lhe ofereciam algum trocado ou algo para comer. Refletindo sobre essas situações e tentando ajudar o mendigo, Petráquio certa vez se aproximou do pobre homem, e lhe fez uma proposta: O mendigo deveria somente segurar uma placa que continha o nome do comércio de Petráquio e uma seta em destaque apontando para a porta da loja. Para que o mendigo fizesse isso, o comerciante lhe pagaria 100 dinheiros por semana. O mendigo então, em atitude surpreendente, olhou pra cima com ar de nobre e contrapropôs 500 dinheiros por semana. Petráquio não acreditou no que ouviu, pois acompanhava diariamente o drama vivido pelo pobre mendigo que nem meio dinheiro possuía. O jovem mendigo tinha 23 anos, mas aparentava ter 50, tamanho desgaste de suas vestes, mau cheiro e tratamento impiedoso imposto pelo sol a sua pele.  Petráquio então, indignado com tamanho exemplo de babaquice, virou-se e deixou o mendigo abraçado com sua fome e mergulhado no fundo do poço de seu orgulho."
   O assunto “Estádio que jogaremos durante as obras da Arena” já foi bastante comentado pelos meios de comunicação e diversas especulações foram feitas. O fato é que tivemos bastante tempo hábil para começar a pensar nesse assunto e não o fizemos. Nem Malucelli, que em Setembro disse que ainda era muito cedo, nem Petraglia que cuida dos assuntos referentes à Copa desde o final do ano passado.

   O assunto foi deixado neste início de ano a cargo da Federação Paranaense de Futebol. Aquela mesma do Supermando, do Pinheirão e de todos os outros desserviços ao futebol do Estado do Paraná. A opção apresentada pelo Atlético, foi o Couto Pereira. O óbvio aconteceu. A torcida verde que em 2009 apedrejou o majestoso Erasmo Carlos, em 2012 descobriu que na verdade o ama e pressionou seu presidente a não faturar, deixando o "inimigo" e espelho, na mão.

   A segunda opção ventilada foi a Vila Capanema. É neste momento que o desafortunado orgulhoso entra na história. Não vou opinar sobre valores porque não tenho competência para tal, mas entendo que o valor oferecido pelo Atlético, acrescido de 10 ou 12 mil reais seria um baita negócio para o Paraná Clube. Em vez disso, o desafortunado resolveu tentar pegar carona no assunto para poder mostrar seu "poder" na mídia, onde já não tem mais espaço a tempos. Então o senhor presidente do desafortunado Paraná, contrapropôs quase quadruplicando o valor do aluguel proposto pelo Atlético. Segundo ele, agia desta forma pois tem a função de defender os interesses da instituição Paraná Clube.

   Vejamos: O glorioso tricolor da Vila está a mais de 5 anos na série B do campeonato Brasileiro, esquarteja passes de jogadores promessas de sua categoria de base para que o Clube consiga funcionar, está na série B do campeonato estadual, não tem calendário até março, não possui um grupo com o número mínimo de jogadores para um coletivo, contratou Ricardinho que com certeza não tem um salário simbólico, não tem uma torcida apaixonada e atuante e não consegue manter o salário de seus colaboradores em dia. O simpático tricolor está mal vestido, com a aparência péssima e sem conseguir vislumbrar um futuro promissor, tem tristeza e melancolia no seu olhar de moribundo. De repente aparece a chance de faturar uma grana extra, que se bem negociada poderia subir até um pouco mais, dentro do limite do bom senso. Seria a chance do Paraná tentar se manter financeiramente estável, pelo menos nos 3 primeiros meses do ano. Eis que então, o presidente tricolor movido por inteligência e tino empresarial, se veste de protetor da instituição, deixa o coração falar e “olha pra cima com ar de nobre e contrapropõem 500 dinheiros por semana”.


   Algumas vezes, as chances aparecem somente uma vez em nossas vidas. A instituição Paraná, “se esquece” que este é simplesmente o pior ano de sua existência e que se em outros anos com receitas maiores só fez envergonhar seus 17 torcedores, agora não mais as terá com os mesmos valores de anos anteriores. Com este surto de nobreza orgulhosa nosso simpático “Ameriquinha” pode estar abraçando a falência, mesmo possuindo um imóvel ocioso, com interessado na locação. Vamos aguardar o que o futuro reserva ao jovem desafortunado da Vila.

SAUDAÇÕES RUBRO NEGRAS!!!

Um comentário:

  1. Apesar da falta de bom senso do Paranito e do descaso do Petraglia e do Malucelli com a definição do estádio em que iriamos jogar no ano de 2012, eu diria que a culpa principal foi do Barcelona invertido e da FPF.

    Do Coriti... Digo, Barcelona é por cobrar um valor muito acima do real o que acabou por inflacionar o aluguel de outros estádios do Paraná. Olhando pelo lado do Paranito, diria que ele se sentiu em êxtase quando achou que o remendado estádio alviverde vale alguma coisa perto de R$250 mil por jogo e logo chegou a conclusão que o deles estando em melhor estado, mas com menor capacidade, valeria metade do preço. Ou seja, eles trabalharam na margem do valor oferecido pelo Barcelona, mas se esqueceram dos problemas internos. A desculpa arrajada foi a proteção da instituição (que se está tendo alguma, ela está sendo péssima).

    Já a da FPF é a falta de capacidade de ser uma instituição de respeito e competente, e isso não só se mostra presente no descaso com o futebol do interior do Paraná e nas mirabolantes ideias que inventa para o Campeonato regional, como se mostra presente na falta de planejamento nos argumentos usados no TJD para fazer com que a liminar pudesse ser cassada. Chega a ser um absurdo alguém ir a um julgamento e usar respostas previsíveis além de querer anular vitos de jardineiros e engenheiros agrônomos.

    Por hora, espero que seja uma indefinição que dure 2 rodadas, pois isso é uma falta de respeito com o torcedor atleticano, já que não descadeiramos nosso estádio e muito menos ferimos pessoas para merecermos jogar num mínimo de 100 km de distância.

    O que mais esses clubes estão fazendo se não manha de criança birrenta?

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