Você conhece alguém que chame um
afeto por siglas? Eu não consigo lembrar de ninguém que chame o amor da sua
vida por uma sigla insossa, sem alma, sem paixão.
O Atlético que aprendi a amar é e
sempre será Atlético. O Atlético que amo nunca teve craques badalados, nem
contratações de peso nem essas firulagens, no entanto sempre teve aquele
tempero a mais, aquela garra, aquela vontade de atacar e vencer até jogo de
botão. A torcida do meu Atlético é vibrante, canta alto, empurra os jogadores e
vira comentário recorrente na boca dos adversários, "é, lá dentro é sempre
muito complicado...". O meu Atlético sempre teve jogadores que batiam no
escudo e se impunham dentro de campo, sempre teve aquele jogador que dava
aquele pouquinho a mais numa dividida, num carrinho ou na cobertura de um
companheiro. O Atlético que eu aprendi a amar tem cara de Libertadores, ganha
com elencos mais fracos, porém fechados, perde, mas perde de cabeça erguida. O
meu Atlético tem uma alma, é um estado de espírito, é uma outra dimensão. O meu
Atlético nunca precisou de muito para me manter apaixonado, apenas a vontade e
o interesse de querer sempre passar em cima, não importando se tratava-se do ridículo
rival local, ou se de Santos, São Paulo ou River Plate.